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Teoria da Agência Aplicada às Empresas Familiares: Como Reduzir Conflitos e Profissionalizar a Gestão

 A Teoria da Agência, proposta por Jensen e Meckling (1976), é amplamente utilizada para compreender os conflitos que surgem quando há separação entre propriedade e gestão . Embora seja muito discutida no âmbito das grandes corporações, essa teoria é extremamente útil para analisar a dinâmica das empresas familiares, que frequentemente enfrentam desafios particulares na coordenação de interesses. Neste artigo, apresento uma síntese objetiva da teoria, seus principais conceitos e sua aplicação prática ao contexto das empresas familiares. O que é a Teoria da Agência? A Teoria da Agência estuda situações em que uma pessoa ou grupo (o principal ) delega a outra pessoa (o agente ) a função de tomar decisões em seu nome. O problema surge quando os interesses entre essas partes não estão totalmente alinhados , o que pode gerar custos, ineficiências e conflitos internos. Exemplo prático em empresas familiares O fundador (principal) delega a gestão da empresa ao filho (agente). O fun...
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O Pacto da Mediocridade

Este artigo do professor Paulo Sertek, lembra uma visita que realizei na “Chechênia” e encontrei muitas correlações por onde andei, visitei e fiz diagnósticos. Nas escolas e nas empresas é preciso quebrar o acordo tácito pactuado pelos que querem driblar a necessidade de alterar processos de trabalho, metas e objetivos. Este comportamento parece raro; no entanto, é bastante comum Wiston Churchill, o mesmo que motivou os ingleses na Segunda Guerra Mundial a lutar com “sangue, suor e lágrimas”, também fez uma afirmação que pode parecer incompreensível em momentos em que o lema em voga é o de se fazer aliança até com Judas (traidor) se for necessário. Dizia ele: “Se cada cidadão apenas cumprir o seu dever, teremos arruinado o mundo”. Referia-se ao “dever” no sentido estrito, como uma desculpa para não ir mais além, isto é, para não dar o melhor de si. O ideal humano sempre esteve ligado a ideia de “extrair o melhor de si mesmo”. A mediocridade se contrapõe à magnanimidade. Aquela fa...

Níveis Mínimos de Estresse

  Este grande autor, Morgan Housel, deixa mais uma reflexão muito atual e verdadeira. Um dia após os ataques terroristas de 11 de setembro, todos os membros do Congresso subiram nos degraus do Capitólio dos EUA  e cantaram  "God Bless America". Você consegue imaginar isso acontecendo hoje? É fácil dizer não, dado o quão desagradável a política se tornou. Mas se a América enfrentasse uma crise existencial como a de 11 de setembro novamente, acho que você veria o mesmo tipo de unidade retornar.  Há uma longa história  de inimigos colocando suas diferenças de lado ao enfrentar uma grande e devastadora ameaça. As pessoas ficam sérias quando a merda fica real. Se isso parece uma ilusão para você, deixe-me propor um motivo: parte da razão pela qual o mundo de hoje é tão mesquinho e raivoso é porque a vida está muito boa para muitas pessoas. Não há guerras domésticas. O desemprego é baixo. A riqueza das famílias  está em  alta histórica. A inovação é surpreen...

Respeite as ilusões uns dos outros

 A doro dizer que as pessoas não se lembram dos livros; eles se lembram de frases. Mais uma reflexão de Morgan Housel, com alguns destaques realizados por mim. "Uma frase que me surpreendeu quando li The Lessons of History, de Will e Ariel Durant , foi: Aprendam o suficiente com a história para suportar a realidade com paciência e respeitar  as ilusões uns dos outros. A chave aqui é aceitar que todos estão iludidos à sua maneira. Você, eu, todos nós. Quando você percebe que você – a pessoa boa, nobre, bem-intencionada, equilibrada e orientada para  os fatos que você é – tem visões de como o mundo funciona que certamente serão incompletas, se não completamente erradas, você deve ter empatia por outros cujas crenças ilusórias são óbvias para você.  Sou um grande fã da observação de Daniel Kahneman de que somos melhores em detectar as falhas  dos outros do que as nossas. É claro que há um limite para respeitar as ilusões das outras pessoas. Delírios que prejudic...

Liderança e "Seguidança"

É totalmente irracional o número de cursos existentes que ensinam Liderança. Mas se nem todos serão líderes, teremos muitos alunos frustrados. Esse é o problema de um quarteto de cordas, por exemplo. Todos os quatro músicos precisam ser os melhores de sua categoria. Mas é necessário ter um líder que determina o ritmo e força da interpretação. Os outros três precisam aprender a seguir, mesmo sendo da mesma estatura musical. Esse é um dos grandes problemas do Brasil. Todos querem ser líderes, ninguém quer obedecer aos líderes que temos. “ Se hay gobierno soy contra .” Assim não vai funcionar. Nas empresas, quando há uma crise não é o Presidente que lidera, mas sim o maior especialista da área. O Presidente não fica constrangido nessa hora a seguir ordens do mais capaz. Precisamos é ensinar Seguidança mais do que Liderança. Precisamos ensinar que seguir não diminui a pessoa, não significa que você é um incapaz, que você tem méritos sim, somente não é a pessoa mais indicada a decidir. O Br...

Algumas reflexões sobre como gastar dinheiro

     Existem duas maneiras de usar o dinheiro . Uma delas é como uma ferramenta para viver uma vida melhor. A outra é servir de parâmetro de status para se comparar com os outros. Muitas pessoas aspiram pelo primeiro, mas se envolvem em perseguir o segundo. O dinheiro é uma ferramenta que você pode usar. Mas se você não tomar cuidado, isso vai te usar . Às vezes, as coisas em que você gasta dinheiro têm tanta influência sobre sua autonomia e sanidade que não fica claro se você possui as coisas ou se as coisas possuem você. Todos podem gastar dinheiro de uma forma que os torne mais felizes, mas não existe uma fórmula universal sobre como fazê-lo . As coisas boas que me fazem feliz podem parecer loucura para você e vice-versa. Como muitas coisas em finanças, os debates sobre que tipo de estilo de vida você deve viver são muitas vezes apenas pessoas com personalidades diferentes conversando entre si.      A maneira como você gasta o dinheiro pode ser um reflex...

O Homem mais Rico da Babilônia

  Baseando-se nos segredos de sucesso dos antigos babilônicos ― os habitantes da cidade mais rica e próspera de seu tempo ―, George S. Clason (1874) mostra soluções ao mesmo tempo sábias e muito atuais para evitar a falta de dinheiro, como não desperdiçar recursos durante tempos de opulência, buscar conhecimento e informação em vez de apenas lucro, assegurar uma renda para o futuro, manter a pontualidade no pagamento de dívidas e, sobretudo, cultivar as próprias aptidões, tornando-se cada vez mais habilidoso e consciente. Vamos dar início alguns recortes do livro: “O dinheiro é abundante para aqueles que compreendem as leis simples que governam sua aquisição.” “O dinheiro é hoje governado pelas mesmas leis que o controlavam quando há 6000 anos, homens prósperos enchiam as ruas da Babilônia.” “Quanto ao estudo, nosso sábio professor não nos ensinou que o aprendizado consiste em dois tipos: primeiro cuidando das coisas que aprendíamos e sabíamos, o outro baseando-se na prática que no...