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Perspectivas para 2010

Famílias que possuem reservas numa crise, tem dois benefícios. Podem controlar a crise sem nenhum problema maior, usam as reservas para custear a queda de 0,5% estimado no PIB. Não precisam cortar despesas, o simplesmente agravaria a recessão.


Melhor do que isto, famílias que possuem reservas, saem na frente, quando a recessão mostra sinais que está no fim. Podem comprar ações da GOL, que estavam a R$ 6.00 reais, e agora estão a R$ 26,00, como muitos que assinam o BDQC fizeram.


Com países, ocorre a mesma coisa. Nunca saímos na frente, porque ficávamos atolados com dívidas com o FMI, porque nunca tivemos reservas.


Em vez de comprar empresas americanas a preço de banana, tomamos emprestado do FMI.


Uma das preocupações de Meirelles, é se nós saberemos administrar o nosso sucesso atual.


A frase dele é profunda, porque o Brasil nunca soube administrar o seu sucesso passado. Queimamos um bilhete premiado após o outro. Não soubemos administrar o sucesso do Plano Cruzado, do Plano Collor, do Plano Verão, do Plano Bresser, do Plano Real, e assim por diante.

Esta é uma questão de deveria ser melhor estudada pelos nossos historiadores. Por que nunca soubemos administrar o nosso sucesso? Porque torramos a sorte aumentando despesas, desperdiçando oportunidades, e assim por diante.

Uma das razões está justamente no termo "administrar nosso sucesso". A maioria dos 'administradores" não entende de sucesso, muito menos de administração. Os mesmos intelectuais que criaram e idealizaram os Planos Econômicos que foram relativamente bem sucedidos, acharam que deveriam também administrar o "sucesso" destes planos, um erro monumental.


Criar um plano econômico, exige competências totalmente diversas, daquelas necessárias para administrar o sucesso do plano. Todos os planos eliminaram a inflação, neste sentido funcionaram. O erro fatal foi entregar a economia para os mesmos profissionais que a idealizaram.

Guido Mantega, está permitindo às despesas do governo crescerem sem controle, sem administrá-las corretamente. Corremos o risco de mais uma vez não administrar o nosso sucesso.


Como diz apropriadamente Levy Strauss, ""O Brasil não pode continuar correndo o risco de se tornar obsoleto antes de ficar pronto."

Stephen Kanitz

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